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Quenguinha, a flor da sarjeta (Adaury Farias)

 

Escute a poesia recitada por Adaury Farias



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Quenguinha, a flor da sarjeta 

Brota na praça, no pé da mangueira,
Na sarjeta da avenida, na rua inteira,
Junto à Vassourinha e ao Quebra-Pedra,
Em meio à moita de Jurubeba...
Flor Albina, ninguém carrega.

No asfalto quente, no pé do poste...
Em cima do cimento da calçada...
A flor amarela surge sempre forte
E majestosa pra começar outra jornada.

Damiana dá em toda parte, por todo lado.
No sol, embaixo da rede elétrica,
Atrás do muro ou da cerca da casa...
Em todo canto. Que plantinha danada!

Flor-do-Guarujá, simples e bela.
Cedo se abre, cintilando a luz.
Por volta de uma da tarde se fecha
Escondendo a flor que tanto seduz.

Encorpada e viçosa, frente à parede nua,
Chanana exuberante se destaca!
As flores e folhas colorem a cinzenta rua
Carregada de fumaça, com seu amarelo laca.

O gari acha um simples mato e nem se toca,
Num golpe curto e certeiro da enxada
Lá se vai a moita inteira de Turnera
Junto aos cacos e poeira da calçada.

Chanana ou Turnera ou Damiana ou Albina...
Serve-se no chá, na salada ou na cozinha.

Entre tantos nomes o que mais instiga
Nessa plantinha, rica, danada e saidinha,
Não é por que dá pertinho da urtiga,
É que também é chamada de Quenguinha!

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