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Acasalamento dos biguás sobre a Pedra do Guindaste (Gleury Farias)

Escute a poesia recitada por Gleury Farias


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Acasalamento dos biguás sobre a Pedra do Guindaste

Olhar firme, sempre atento.
Vigilante da vida e de tudo ao redor.
Em inusitado momento, sem que se espante,
Em voo rasante, com um trinar, um tanto seco,
Sem se importar com aquele sujeito,
Uns chamam de mergulhão, outros de biguá,
O fato é que eles vêm de longe,

De muito longe, vêm além-mar.

Sentam-lhes no ombro, cagam-lhes na cabeça.
Pacífico e incólume, só observa.
E ali mesmo, um tanto fuinhas, acasalam.
Depois, em duplas, voam rumo aos aturiás.
Montam seus ninhos...

Eclode a vida!

No tempo certo retornam para o mesmo ato
Cheios de estardalhaços em ligação simbiótica.
Frenéticos, voltam com a mesma dança erótica!

Repetem contentes a prática da última parte
Com o consentimento atento do eterno Vigilante.
Completa-se assim o ciclo sobre a Pedra do Guindaste.

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