Páginas

A dança do Guará com o bicho Preguiça (Deury Farias)



Escute a poesia recitada por Deury Farias


___________________________________________
A dança do Guará com o bicho Preguiça

O fogo se foi, restaram nuvens de muita fumaça.
Num galho mais alto, vermelho, só o Guará.
Verde era o campo, agora tão negro!

Num tronco enterrado, aos poucos desponta,
Com olhos molhados, o Bicho Preguiça.

Os dois desgarrados, no resto de brasa.
Guará, exultante, não canta nem pia.
O Bicho Preguiça, em sincronia, nem assobia.

Guará convida o Bicho Preguiça, “pruma” rápida dança.
Os dois se entrelaçam, sobreviventes daquela triste agonia.

O vento se envolve e orquestra o ritmo da festa.
Toca rock, funk de rua, batuque, marabaixo.

O fogo se alastra na brasa que resta
Os dois agarrados não saem do primeiro passo

Cai por terra a esperança e tudo se acaba.

A dança do Guará com o Bicho Preguiça
Quão interessante neste instante seria?!

O vento muda o ritmo com todo afã
E inicia a segunda sonata de Chopin

Nenhum comentário:

Postar um comentário