Escute a poesia recitada por Eury Farias
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Machado não racha mais lenha de labareda
Cepas rachadas pelo fio do machado
Empilham o pequeno abrigo de palha.
Fogão a lenha, ferro a brasa,
Acesos na cozinha e na sala.
Um aquecia a vida, outro o paletó e a saia.
Fogo e brasa. Exultantes. Cheios de graça!
Deles, a mata não sentiu nenhuma falta.
Espalhavam o brilho, a alegria e a vida,
Com forte calor e doce cheiro de fumaça.
Ferro elétrico, micro-ondas, gás butano...
Reduziram o tempo do abano ao fogo e à brasa.
Correntes de motosserras agora cortam os troncos.
Em toras se vão, trocando o verde por espaços em branco.
Machado não racha mais lenha de labareda
Com a higidez de sua lâmina mutante,
Corta a alma que vê a mata exuberante,
Mofina de fadiga, tornar-se mórbida vereda.
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