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Quanto vale um amigo?

 

Ao meu amigo Fala, tombado pela covid-19.

Nessa jornada do tempo que parece longa, mas é tão pequena,

Uns valem menos que uma cibalena.
Outros, chafurdados na soberba e na arrogância da débil riqueza,
Trocados por bosta, o dono da bosta tem prejuízo com certeza.
Não se compra um amigo.

O tempo esculpe no coração o verdadeiro amigo.
Um verdadeiro amigo vale muito!
Vale a gargalhada com a piada sem graça.
A boa dose de vinho, cachaça ou de cerveja.

Com tira-gosto de camarão, calabresa ou queijo gorgonzola
Vale a companhia gratuita e sem nenhum interesse da hora.
Vale cada centavo não pago na sessão de psicoterapia.

Vale um longo papo com outros amigos na mesa da diretoria,
Na orla do “P. Help”, no bar do Carlão ou do Herculano,
Ou ainda, no domingo de manhã, café com pinga, no quiosque da Beira Rio.

Escutar sorrindo a nova versão da história real
Da viagem que fez na garupa do moto-boy-gay ou do flerte de refrega
Com a sapatão que escapuliu pela janela no hotel do Chico Brega
Contada cem vezes, cem vezes diferentes com notas de menestrel.

Um amigo vale muito!
Vale cada minuto da conversa fiada cheia de alegria.
O amigo que parte poderia deixar um grande vazio
Mas com tantas histórias que ficarão guardadas na memória
Jamais ficará ausente nos encontros que era do nosso feitio

O bon vivant! Não existe quem dele se queixe ou reclame,
Fora, é claro, os maridos peiados pra evitar vexame.

Todos nós passaremos, mas ele não passará,
Vai deixar saudade, sim, mas não esquecimento da sua companhia,
Haveremos sempre de lembrar das suas histórias divertidas
Grande amigo Fala: “O Sargentário Procecutor de Alegorias”.

 

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