Páginas

Joaquina (Adaury Farias)

Escute a poesia recitada por Adaury Farias

__________________________________________
Joaquina

Ontem quando fui sair, pela manhã,
 A moto não funcionou, então levei pra oficina,
O mecânico logo falou: colocaram sal na gasolina.
Humm... isso foi coisa da Joaquina
Pra me deixa longe de casa, fazer a limpa
E fugir com o Bianor.

E agora o que é que eu faço?
Tô no mato sem cachorro.
Sem ela não consigo dar um passo.
Como vou pedir socorro
Pra sair desse sufoco?

Perdi a conta de quantas a danada já me fez.
Dessa vez foi pior, levou tudo que eu tinha.
Levou o espelho, o gás de cozinha,
A renda da venda das sacolinhas,
Minha calça jeans, meu celular...
Tenho certeza que foi pra dar praquele safado.
Até o pó de café e o açúcar mascavo
A messalina levou!
Levou tudo e me deixou liso outra vez.
Liso, liso sem nenhum puto centavo!

Tomaz, que deixou a batina
E hoje é “ex’ da Joaquina
E também já viveu essa amargura,
Quando me viu meio descaído,
Tomou um gole de cachaça, rio da minha desgraça,
E com toda experiência de vida, me disse: 

 “Bambino, deixa de frescura,
Não chore, não foi a primeira vez.
Também já passei por essa fissura!
Espere que a grana dela vai acabar.
Não sofra por essa meretriz.
Ela vai voltar cheia paixão e ternura!
E quando esse dia chegar,
Deixe o povo todo falar
Não faça como eu fiz,
Perdoe a cretina, sorria de novo.
E com Joaquina, volte a ser feliz!”

Nenhum comentário:

Postar um comentário