Escute esta poesia recitada por Gleury Farias
__________________________________
Ondas grisalhas
Águas barrentas com ondas grisalhas
Se quebram violentas no muro de arrimo.
Névoas, respingos, encharcam a terra.
Despertam encantos e suspiros de todos que passam.
Nas ondas, as pranchas; no céu, as
velas.
Kitesurf revela a força do rio
De ventos tão fortes, abraço arredio.
Águas
inquietas aos poucos se acalmam.
Trazendo consigo canoas e barcos
Com frutas, com peixes, mariscos e caças.
Agito frenético da vida que vem e que passa.
Agora, águas serenas embora se vão!
O leito argiloso desponta solene pro jogo de bola.
Despesca de redes e cacuris tomando meiota.
Moleques jogando peteca, soltando
rabiola.
Mergulhões, gaivotas... bicando
petiscos
na onda que sobe, na onda que volta.
Os barcos se vão, as ondas se vão...
Antes rio agitado. Agora febril!
Um banzo se instala no imenso vazio.
Mudança de fluxo no rumo das águas.
Os
barcos se vão, as ondas se vão...
As horas se passam... doze horas se vão.
Ao olhar distante, surge num relance,
No horizonte, uma mecha
esbranquiçada,
Que aos poucos se instala. Apressada, agitada.
São
águas barrentas com ondas grisalhas
Chegando inquietas sobre a argila da praia
Trazendo consigo lanchas, canoas, barcos,
Com
frutas, com mariscos, peixes e caças.
Alegria “cabôca” que vem e que passa.
De
novo, de novo ... e nunca se acaba.
Nenhum comentário:
Postar um comentário