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O Esperador (Fernando Soares)


Escute esta poesia recitada por Fernando Soares


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O esperador

E todo dia de manhã, logo cedinho,
Surge imponente, atrás das ilhas,  
Num tom púrpura transparente,
Assíduo e quase pontual, o Sol. 

Enciumada, a chuva, com nuvens cinza escuro
As vezes protela o resplandecente brilho ultravioleta.
Que se esquenta, se levanta e .... se vai!

E todo dia, no ciclo certo, a força das ondas
Mansas, suaves, balançam os barcos que vem e que vão.
Kitesurf´s, com velas ao vento, colorem o cenário no rio,
(pintura exótica) riscam as águas, o ar e aos poucos se vão!

No finalzinho do dia,
Depois de vinte e um de espera,
Ao nascer da noite, sem hora certa,
com luz de prata ela desperta.
Lua cheia enchendo de graça
E fantasia o imaginário humano.

Se grega, Selene.
Diana pros romanos, protetora da caça e da noite,
Ou, pros índios daqui, simplesmente, Jaci.

Todo dia, um sol.
Todo dia, duas marés.
Algumas vezes tem chuva.
Que, com nuvens, o brilho permeia.
Todo mês, uma só Lua cheia.

Pra despertar a poesia
Precisa apenas um raiar do dia,
O compasso estonteante das marés,
O traçado qualquer das pranchas com velas,
Uma lua cheia e a alegria de esperar

Que noutro dia tudo terá.

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